"Muitos apontam o ar-condicionado como um grande vilão. Mas não é isso, as pessoas devem ter bom senso e seguir algumas recomendações para evitar doenças respiratórias nessa época", explica a pneumologista da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Roberta Barcellos Couto.
Segundo ela, o ar gelado que sai do aparelho deixa o sistema respiratório mais suscetível. "O ar frio resseca a superfície das vias aéreas (mucosas) e paralisam o movimento dos cílios que atuam para expulsar as impurezas. As chances de surgirem microlacerações aumentam, possibilitando o acesso de vírus ou bactérias ao organismo", detalha.
As doenças mais comuns são resfriado, gripe, sinusite bacteriana, pneumonia e traqueobronquite. "Pacientes com história de asma, sinusite crônica ou Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) podem ter o quadro exacerbado devido à exposição inadequada ao ar-condicionado", explica a médica.
CUIDADOS - O problema não é simplesmente a mudança brusca de temperatura. Deve-se ter cuidado com o ressecamento das vias aéreas causado pelo ar frio. "No inverno sabemos que os problemas respiratórios aumentam por causa do ar frio, no verão esse papel é feito pelo ar-condicionado", salienta.
Portanto, um dos principais cuidados é a limpeza. O filtro do aparelho deve ser higienizado semanalmente, assim como os dutos por onde saem o ar. A cada dois meses é recomendado que os filtros sejam trocados para evitar acúmulo de poeira que podem conter micro-organismos nocivos.
Outra dica é manter o termostato do ar-refrigerado na temperatura entre 20ºC e 23ºC e evitar locais resfriados com grande concentração de pessoas.
Entretanto, de acordo com a pneumologista, o cuidado mais importante é a hidratação. "Não podemos nos esquecer de hidratar, beber bastante água e também lavar o nariz com soro fisiológico para manter a superfície dele úmida. Os umidificadores de ar também são uma alternativa", finaliza.
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Fonte: www.dio.es.gov.br