06/11/2012 07h44 - Atualizado em 04/05/2016 15h17

Samu 192 salva mais de cem vidas por dia

Há seis anos, o funcionário público Paulo Henrique Nunes, 42, sobreviveu a um grave acidente de moto na Rodovia Serafim Derenze, em Vitória. Ele colidiu de frente com um automóvel e teve traumatismo craniano, diversas fraturas, inclusive do fêmur, e perda de seis dentes. Foi socorrido pelo Samu 192 e ficou 29 dias internado no Hospital Estadual São Lucas. “Agradeço muito à equipe que me socorreu. Se não fosse pelo protocolo correto, atendimento rápido e eficiente, eu teria morrido”, diz Paulo Henrique.

Já o representante comercial Ivo Regato Cabral, 58, sofreu uma parada cardiorrespiratória no ano passado e foi atendido pela motolância do Samu, tendo sua vida salva em função da rápida chegada da equipe, em dois minutos e meio, que pôde reanimá-lo e fazer o uso do desfibrilador. Logo em seguida, com a chegada da ambulância, o atendimento teve continuidade, com o paciente recuperando seus sinais vitais e sendo encaminhado para o hospital, onde teve alta dez dias depois. “Se não fosse pelo rápido atendimento, eu não estaria aqui hoje. Eu só tenho a agradecer à equipe do Samu”, afirmou Ivo.
Rapidez

Segundo o coordenador médico do Samu 192, Robert Stephen Alexander, em casos graves, quanto mais rápido a ambulância chegar à cena do atendimento, maior a chance de se reanimar e socorrer uma vítima sem que ela tenha sequelas. Ele recomenda que as pessoas que estiverem próximas não tentem se precipitar em ajudar ou levar a vítima para um hospital, pois um atendimento inadequado pode piorar a situação do paciente. “Nesse momento o mais importante é ter calma e seguir corretamente as orientações passadas pelo médico regulador do Samu pelo telefone, além de facilitar o acesso para a ambulância e se afastar no momento do atendimento para não atrapalhar o trabalho da equipe”, ressalta.

Em caso de parada cardiorrespiratória, por exemplo, quando o coração para de bombear oxigênio para o cérebro, manobras como massagem cardíaca devem ser feitas o mais rápido possível, já que cada minuto significa 10% a menos de chance de sobrevida. “O comprometimento da via aérea é o que mata mais rapidamente. Por isso é preciso uma atenção especializada, para fornecimento de oxigênio e desobstrução desta via”, explica o médico.

No trauma, o atendimento precoce e de qualidade na primeira hora, chamada internacionalmente de Golden Hour, é importante para um melhor prognóstico do paciente. Robert lembra que 80% dos pacientes morrem por perda de sangue nas primeiras horas. Em casos de acidente automobilístico, a retirada correta do veículo e imobilização podem evitar sequelas ou perda de função de coluna.

O correto atendimento inclui ainda o transporte dos pacientes para o hospital adequado para o tipo de ocorrência, seguindo o protocolo estabelecido pela Sesa. Uma pessoa que sofreu um AVC isquêmico, por exemplo, com sintomas iniciados em no máximo seis horas, é encaminhada para o Hospital Estadual Central, onde receberá um medicamento para dissolver o coágulo. Já alguém que teve infarto agudo do miocárdio é encaminhado para ser medicado ou até mesmo fazer cateterismo de urgência no Hospital Evangélico de Vila Velha.

Atendimentos:

Neste ano, o Samu recebeu uma média de 50 mil ligações por mês. Dentre as cerca de 1.700 ligações diárias, 525 são trotes, número ainda considerado alto, mas que caiu bastante ao longo do ano, após campanhas de conscientização realizadas pelo Governo do Estado. Além dos trotes, Robert lembra que há muitas ligações indevidas, de pessoas que solicitam atendimentos médicos que não são de urgência.

“As pessoas ligam muito para o Samu por questões que não são de risco de perder a vida. O Samu não é um serviço de transporte, mas de urgência e emergência, ou seja, de atendimento aos casos que comprometem a vida e a integridade da saúde da pessoa”, ressalta o coordenador médico. Dentre as causas mais atendidas pelo serviço estão as clínicas (cardiológica e respiratória) e as externas (principalmente acidentes de trânsito).

Para os pacientes que não apresentam risco de morte, como acamados ou com dificuldades de locomoção, os municípios disponibilizam ambulâncias que realizam o serviço de transporte sanitário.

O serviço:

O Samu 192 foi criado para atender a casos graves envolvendo risco de vida e que necessitem de atendimento imediato. Atualmente, está presente em 12 municípios das Regiões Metropolitana da Grande Vitória, Serrana e Litoral Sul, com cobertura até Piúma.

O atendimento do Samu abrange uma área de 1.793.942 habitantes. Conta com 396 profissionais, que atuam 24 horas por dia nas emergências, a maioria médicos, enfermeiros, condutores e técnicos de enfermagem, 17 Unidades de Suporte Básico, sete Unidades de Suporte Avançado e quatro motolâncias.

Média de chamadas diárias em 2012:

1.700 ligações
525 trotes
651informações
212 orientações médicas
229 regulações
125 envios de ambulância

Quando acionar o Samu 192:

- Parada cardiorrespiratória;
- Suspeita de infarto;
- Dificuldade respiratória severa;
- Suspeita de acidente vascular cerebral;
- Intoxicação exógena;
- Queimadura de grande extensão;
- Choque elétrico;
- Acidentes/traumas com vítimas;
- Quedas;
- Afogamento;
- Alguns casos de desmaio;
- Surto psiquiátrico;
- Ferimento por arma de fogo ou arma branca;
- Trabalho de parto onde haja risco de morte da mãe ou do feto.

Como utilizar o Samu 192:

A coordenação do Samu 192 dá algumas orientações às pessoas que acionam o serviço em casos de emergência.

- Manter-se próximo à vítima;
- Tentar manter a calma;
- Informar ao telefonista o endereço, pelo menos dois pontos de referência, nome e idade do paciente. Caso saiba, também informar as doenças conhecidas do paciente
- Descrever com clareza o que aconteceu, o que o paciente está sentindo e responder às perguntas do médico;
- Seguir as orientações passadas pelo médico.

Informações à Imprensa:
www.es.gov.br
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